quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Oração

Graça, Paz e Alegria!

Mensagem do Portal Evangélico Compartilhando Na Web, enviada para o grupo de mensagens em 21/03/2006.

Pensando sobre oração, muitas vezes podemos sentir isso ou encontrar pessoas com este sentimento:

Deus tem muitas coisas com que se preocupar. Tantos afazeres, tantas responsabilidades, tanto no céu como na terra. Logo, meu problema é tão pequeno tanto diante de problemas de outras pessoas como diante da realidade do trabalho de Deus. Não tenho porque incomodá-lO com meu tão pequeno problema...

Deus vai me achar muito egoísta se apresentar a Ele meu problema. Amando a Deus sobre todas as coisas, devo deixá-lO em paz. E amando meu próximo como a mim mesmo, devo colocar o meu problema como o último da lista da humanidade, já que ele é tão pequeno.

Infelizmente ou nós ou outras pessoas pensam ou isso ou algo parecido com o que estou escrevendo. E isso tem sua raiz numa mentira que vem do inferno que quer nos fazer acreditar que Deus não se preocupa com seus filhos. E como não pensamos diretamente isso, passamos por atalhos que, mesmo parecendo diferentes, vão desembocar no mesmo lugar! Ainda que o pensamento seja diferente, muitas vezes chega nisso que escrevi.

Assim, precisamos tomar cuidado com este sentimento!!!

Vamos meditar numa parábola do Evangelho de Lucas 18.1-5 (a causa da viúva e o juiz iníquo):

1 E CONTOU-LHES também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer,
2 Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem.
3 Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.
4 E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens,
5 Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito.

Essa parábola nos faz pensar em muitas coisas a respeito de oração. Infelizmente, muitas vezes passamos a fazer analogias entre os personagens da parábola e perdemos a real meditação que podemos ter nesse texto.

Comparamos o Juiz iníquo a Deus e a Viúva a nós. Infelizmente essa comparação não se aplica. Deus não pode ser comparado a um juiz iníquo. Ele é bondoso, justo, íntegro... Nem mesmo a viúva pode ser comparada a nós, pois não estamos na condição dela diante de Deus! Somos filhos de Deus, co-herdeiros em Jesus! A viúva estava sendo injustiçada e tinha uma série de problemas diante da sociedade. Nós confiamos que “ainda que passemos pelo vale da sombra da morte, não temeremos mal algum”. Ela temia por sua integridade!

Deus não pode ser comparado ao Juiz pelo fato de às vezes demorar a atender nossos pedidos! Ele não nos atende na hora em que nós queremos e sim na hora que Ele entende como a melhor. Assim, Ele não demora a atender. Atende na hora certa, mesmo que para nós pareça que está demorando! O fato de demorar aos nossos olhos uma resposta do Senhor já nos é uma grande bênção. Assim, aprendemos a buscá-lO, somos abençoados por essa busca, aprendemos a perseverar na fé, crescemos em fé e espiritualmente... A aparente demora já é uma manifestação de bênção da parte de Deus, pois nos ensina a nos esvaziarmos de nossas vontades, a confiar e esperar, entre outras coisas! A “demora” de Deus já mostra a Sua bênção sobre nós, pois aí vamos aprender que a oração já é uma resposta de Deus para nossa vida. Na busca através da oração, somos fortalecidos, por termos contato com o Senhor, mesmo que a resposta que queremos não venha ou não aconteça na hora que esperamos (aconteça depois). Deus não “demora” (aos nossos olhos) muitas vezes para nos atender porque é injusto, como o juiz da parábola. É exatamente por um motivo contrário...

O próprio Senhor nos mostra que essa parábola não tem como objetivo fazer comparações com outras coisas (como no caso, por exemplo, da parábola da semente), mas apenas serve como meditação. Na sequência do texto, dos versículos 6 a 8, vemos isso:

6 E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz.
7 E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?
8 Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?

Jesus não compara o juiz a Deus. Ele pede que os discípulos meditem (considerem) no que diz o juiz iníquo. E fala que se este, injusto, acaba atendendo a uma solicitação pela insistência, muito mais Deus, quando os seus O buscarem dia e noite!

Aqui, para deixar mais claro, podemos juntar a essa parábola o que disse Jesus a respeito dos pais terrenos e de Deus (Mt 7.9-11):

9 E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?
10 E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?
11 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?

Mesmo sendo maus, os pais terrenos dão coisas boas a seus filhos, têm alegria em fazer coisas boas aos filhos e muitas vezes se desdobram muito para que o filho tenha um brinquedo, estudo e coisas assim. E Deus, o Pai celestial? Se nós, mesmo maus, vamos responder com “bênçãos” aos nossos filhos, como será o proceder do Senhor? E nós, por vezes, não conseguimos fazer na hora algo para nossos filhos, mas ainda assim, lutamos tentando fazer. Deus, da mesma forma, muitas vezes não nos atende na hora em que queremos, não por não poder, mas sim por saber a hora em que realmente precisamos!

Não comparamos pais terrenos ao Pai celestial. Não dá para comparar uma coisa com a outra. Da mesma forma, não comparamos o juiz iníquo com o Senhor da história. Em ambos os casos, somos levados a meditar na ação realizada. Se um pode fazer, muito mais o Outro!
Quantas vezes paramos tudo o que estamos fazendo para atender a um filho. Nada parece tão importante, quando um filho nosso está com um problema. Logo, Deus, nosso Pai celestial, não tem nada mais importante para fazer do que ouvir suas necessidades, seus problemas. Claro que Ele não vai parar tudo como nós fazemos. Nós somos limitados; Deus é ilimitado... Mas com certeza, nos dará atenção em nossos problemas de maneira ainda mais atenciosa que quando nós paramos tudo para atender a um filho. Ele não terá que parar tudo, mas será, com certeza, ainda mais atencioso!

Por isso nós não estamos na condição da viúva: ela teve que reclamar muito para ser ouvida. Deus nos ouve em cada momento. Não precisamos insistir para tentar tirar algo de Deus. Ele apenas, aos nossos olhos, demora em nos atender porque espera a melhor hora de agir e quer nos ensinar a buscá-lO. Ele está conosco todos os dias e não apenas nos atende quando “enchemos” a sua paciência. Ele é diferente: não faz porque não nos aguenta mais e sim porque sabe o melhor momento de agir (tanto o melhor momento para recebermos como para que O busquemos mais, para termos mais fé através dessa busca, para que não sejamos achados na volta de Jesus sem fé, ou ainda para que o Seu nome seja glorificado).

A parábola nos leva a meditar sim na necessidade de não esmorecermos diante de uma “demora” em sermos atendidos. Mas Deus vai nos atender na melhor hora, e não porque se “encheu”! Por amor e não porque quer que paremos de buscá-lO! Aliás, é exatamente o contrário: Deus “demora” em nos atender para aprendermos a buscá-lO... E para ouvirmos a Sua voz e entendermos como devemos viver para ter as respostas. Até porque, muitas vezes Deus “demora” em nos atender para que estejamos recebendo no momento certo, mas outras vezes porque não estamos vivendo de acordo com a Sua vontade. Quando buscarmos ao Senhor, Ele mesmo nos tocará se estivermos vivendo de maneira errada e Ele nos levará a viver para agradar a Ele. Por isso a oração já é uma resposta, como também uma busca, pois clamamos ao Senhor e nos relacionamos com Ele; mas já é resposta, pois Deus nos tocará quando estivermos buscando a Ele para vivermos de forma a agradá-lO. Já é sinal de bênção de Deus sobre nós, para nos acertarmos diante Dele! Exatamente porque para recebermos do Senhor, temos que estar em ordem com Ele (Lv. 26.3-6; Dt. 28.2-6 e 12; 2Sm 12.7-9).

Qual o seu problema? Conta para o Senhor! Ele está preocupado com sua situação e quer responder pra você...

Forte abraço.
Em Cristo,

Ricardo, pastor

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